![23655639405 cf2225eae9 z]()
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realizou no dia 10 de dezembro, em Campinas, uma reunião geral com os diretores dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), com o objetivo de avaliar a atuação da extensão rural durante o exercício de 2015 e traçar prognósticos para os próximos anos. O evento contou com a presença do secretário da Pasta, Arnaldo Jardim.
A reunião foi dividida em dois momentos. No primeiro, o coordenador da Cati, José Carlos Rossetti, falou sobre a importância de conseguir um afastamento dos trabalhos cotidianos no sentido de poder olhar com mais clareza, perceber os gargalos e atuar para desativá-los. Ele afirmou que os técnicos, muitas vezes, se veem frente a problemas não agrícolas, mas que precisam ser solucionados, pois interferem nas questões relativas à extensão rural. Como exemplo, citou a questão da falta de segurança no campo e como esse assunto passou a ser discutido no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável - Microbacias II - Acesso ao Mercado.
O secretário Arnaldo Jardim agradeceu o trabalho dos técnicos que, para ele, sempre estiveram dispostos a apresentar sugestões e discutir os problemas das regiões. Afirmou que já visitou quase todos os municípios do Estado, alguns várias vezes, e que tem primado pela conjunção de esforços de todos os departamentos da Secretaria de Agricultura e destacou os eixos sobre os quais sua gestão se firma: a desmistificação de que a Agricultura é inimiga do Meio Ambiente, por meio de ações como o apoio a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a proposição de medidas que permitam a remuneração de produtores rurais por serviços de compensação ambiental e a recuperação de áreas degradadas com projetos que possibilitem a atuação da iniciativa privada, em consonância com o poder público.
O secretário destacou ainda a aproximação cada vez maior das áreas de pesquisa e extensão, fazendo chegar ao produtor os avanços desenvolvidos nos laboratórios; a busca incessante pela saudabilidade dos alimentos, desde a incorporação de boas práticas agrícolas até a fiscalização rigorosa do uso de defensivos químicos; e, finalmente, o apoio irrestrito à agricultura familiar. "Ser pequeno não é sinal de ser ineficiente. Estamos comprometidos em disponibilizar todos os recursos para ajudar o agricultor familiar a ser grande", afirmou Arnaldo Jardim.
A Secretaria de Agricultura tem lançado mão de várias ações para apoiar o agricultor familiar. Talvez a principal delas seja a revisão da legislação para a agroindústria familiar, que pretende flexibilizar as exigências burocráticas sem perder de vista a questão da sanidade dos produtos. Os pequenos produtores, por intermédio de suas associações e cooperativas, também contam com o expressivo apoio financeiro disponibilizado pela segunda fase do Programa Microbacias - Acesso ao Mercado, na qual podem obter recursos para construir ou reformar instalações e adquirir máquinas e equipamentos para beneficiamento dos produtos.
O Microbacias II garante recurso até para desenvolver projetos de marketing que envolvam o desenho de embalagens, destaque de pontos de vendas, etc. "Com essa nova etapa, demos um salto de qualidade, atingindo mais de 90% de planos de trabalho apresentados. O Programa é uma das prioridades do governador Geraldo Alckmin", afirmou Arnaldo Jardim.
Na sequência, falou o assessor parlamentar Sérgio Murilo Hermógenes Cruz, que ressaltou o trabalho dos técnicos da Cati, e afirmou que Geraldo Alckmin fez questão de participar de 11 atividades ligadas à extensão rural, o que demonstra o interesse do governador pelas ações do setor.
Os coordenadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Orlando Melo de Castro, e da Defesa Agropecuária (CDA), Fernando Gomes Buchalla, também fizeram uma pequena exposição de suas áreas e a interface que têm com a assistência técnica.
O evento contou ainda com palestra de Fernando Aluizio Penteado, secretário executivo do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) sobre as linhas de crédito disponíveis especificamente para o Microbacias II.
Resultados
João Brunelli Júnior, responsável pelo Programa Microbacias II, fez um balanço das cinco primeiras chamadas públicas para iniciativas de negócios, realizadas entre agosto de 2011 e abril de 2014. Nesse período, foram aprovadas 224 propostas, das quais 205 ainda estão em fase de execução. O valor aprovado pelo Banco Mundial foi de R$ 126,3 milhões, sendo 70% financiados pelo projeto e os outros 30% como contrapartida exigida. Entre as regiões com projetos beneficiados, Dracena e São João da Boa Vista são as que mais se destacam.
Outro benefício permitido pelo programa é a recuperação de estradas rurais. Até o momento, 65 municípios foram atendidos, o que representa um aporte de mais de R$ 20,5 milhões. Para demonstrar de maneira inequívoca o salto de qualidade de vida dos produtores, Brunelli apresentou uma tabela com os resultados obtidos por algumas associações das cadeias de frutas, olerícolas e café.
Os produtores de olerícolas de Amparo, Lins, Taquarivaí e Pirassununga quase dobraram seus ganhos, os que produzem banana em Sete Barras, também, mas os produtores de café de Divinolândia tiveram um crescimento de renda de mais de 1500%. É a Secretaria de Agricultura cumprindo seu papel e engrandecendo o trabalho do pequeno produtor.
Mas alguns entraves continuavam dificultando o acesso do produtor aos recursos do programa, um deles era referente à contrapartida. Para aliviar esses gargalos, a Pasta elaborou uma normativa que permite ao Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) financiar, a juros subsidiados, o montante exigido, na qual esclarece questões relativas aos beneficiários e suas associações e cooperativas, as linhas de financiamento e itens financiáveis, dessa forma, o executor - Banco do Brasil - tem total clareza no momento de celebrar os contratos. Com a apresentação de João Brunelli Júnior, foi encerrada a primeira parte da reunião.
Dando continuidade, os técnicos Carlos Pagani Neto, Clodoveu Nicola Colombo Júnior e José Augusto Maiorano apresentaram o projeto "Assistência Técnica e Extensão Rural para uma Agricultura Sustentável (Ateras), cujo objetivo é promover o aumento da competitividade econômica do agronegócio local e regional, com a geração de emprego e renda e a preservação do meio ambiente.
"Em função do valor da produção agropecuária (VPA), divulgado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), e de um diagnóstico prévio foram selecionadas as cadeias produtivas de aquicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, cafeicultura, heveicultura, fruticultura e olericultura que, excluindo a cana-de-açúcar, respondem por 68% do valor da produção das atividades agropecuárias do Estado. Os critérios de seleção consideraram a relevância para o município, o Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, o número de Unidades de Produção Agropecuária (UPAs) de cada cadeia produtiva, e o valor da produção", afirmam os técnicos.
Em 2014, foram cadastrados 1026 Projetos em Casas da Agricultura e 183 Projetos Regionais, totalizando 1209 Projetos Cati. Eles estavam distribuídos em todo o Estado de São Paulo e beneficiaram produtores rurais de 503 municípios, ou seja, atingiram 78% dos municípios paulistas. Por ordem de importância, destacaram-se a bovinocultura de leite, a olericultura e a fruticultura, que juntas equivalem a 69% dos Projetos executados em 2014.
Por Nara Guimarães
Foto: João Luiz
Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo